terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Bandido da Luz Vermelha - Grupo 10




“Qualquer semelhança com fatos, reais ou imaginários, pessoas vivas ou imaginárias, é mera coincidência."

  É embasado nessa liberdade artística em plano de fundo preto e branco que Rogério Sganzerla (seguidor dos princípios cinematográficos de Godot), um diretor de 22 anos, propõe com o filme “O Bandido da Luz Vermelha”  em 1968, uma nova vertente de cinema como alternativa ao Cinema Novo ( enfraquecido pelo poder de repressão do Estado ). O longa-metragem ousado que se autodenomina um “Faroeste do Terceiro Mundo” desafia a estética cinematográfica até então vigente, e mais que isso: baseado num tom de “deboche” satiriza a sociedade Brasileira inovando também no modelo  de crítica existente. Repleto de referenciações e intertextualidades, o filme utiliza de recursos narrativos para formular seu ponto de vista, como os personagens extremamente caricaturados,que expõem acontecimentos icônicos da época com uma reprodução de clichês que se torna até cômica. O político “astuto” em sua estratégia de depoimentos alarmantes, envolvido em esquemas criminosos; A mídia sensacionalista que narra o decorrer dos fatos da sua maneira; O ladrão, assassino, que nada mais é que um rapaz com um problema de identidade, que se depara envolvido em uma história romântica de confissões que logo o destrói.


Jorge, o Bandido da Luz Vermelha



“Eles não pertencem ao mundo. Mais ao Terceiro Mundo!” - dizem os radialistas.


O diretor, Rogério Sganzerla


 

  O incrível é que para um filme produzido em 68, suas críticas se fazem completamente atuais, causando um desconforto similar ao público, que ao mesmo tempo em que se envolve em uma história fantástica, sensacionalista e irreal, percebe várias intertextualidades de sua própria realidade expostas de uma maneira a produzir indagações críticas.

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