segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Exposição de Letícia Parente - Grupo 6

Por Grupo 6 (Ana Ariel Menezes, Andressa Guerra, Gabriel Jacome e Raphaella Arrais)

A exposição de Letícia Parente no Oi Futuro do Flamengo é marcada pela predominância das obras em vídeo da artista. Exceto pelo trabalho em xérox no painel de entrada e da projeção do conjunto de fotos do armário, quem rouba a cena são os vídeos dispostos telas de plasma e em projeções nas paredes do quarto andar do prédio.

Letícia Parente: resgate e refúgio.

A espacialização do vídeo torna-o instalação que interfere no espaço provocando uma ampliação do sentido da obra de arte, a serialização das projeções apresenta a união entre casa e corpo onde os serviços domésticos são uma forma de expressar seus pensamentos, como do intimo ao geral, da dimensão da sua casa ela mostra o mundo e o que pensa sobre ele.

Nordeste

No vídeo Letícia trás uma bagagem emocional do seu passado nordestino, evidenciada no vestido que ela usa e no tipo de mala de couro que ela carrega. Ao tentar se livrar das cobras para resgatar o lençol branco ela simboliza a tentativa de fuga dos cárceres sociais ali representados pelas cobras de duas cabeças, que tem por característica confundir a presa se movimentando de forma que não se identifica por onde ela vai atacar, isto amplia a angústia dela ao tentar resgatar o lençol branco símbolo da sua infância/inocência deixada para trás no fundo da mala e cercada de sofrimento. Esse resgate é muito sacrificante para ela desde o carregar da mala, ao local escolhido para realizar o procedimento - quintal da casa - ou seja ela sai do seu ambiente, sua realidade, sua casa, para revirar o seu passado mexendo em feridas não cicatrizadas e ao conseguir pegar o lençol branco ela se emociona e o abraça com uma paixão nostálgica reforçando os sentimentos de resgate. A musica surge como uma narrativa que remete as suas memórias sendo observada nesse vídeo uma representação das suas vivencias.

Armário de mim

O armário de Letícia Parente é uma referência a nós mesmos. O armário guarda tudo, nada, é escuro, é claro, é vazio, é ordem, é bagunça, o armário nos protege é o nosso íntimo é quando olhamos pra dentro e fugimos da realidade. Lá podemos nos esconder e sentir plenamente, é onde a liberdade e a paz são guardadas e desse paradoxo é construído o armário no qual a própria artista sente a necessidade de se guardar. “Eu armário de mim” diz o poema o armário é o que você trás e o que você guarda, é o que lhe guarda.

Preparação 1

Nesse vídeo Letícia personifica, através dos esparadrapos fixados em sua boca e olhos, o que era imposto à sociedade na época: o silêncio e o “fechar de olhos”. Produzida durante a Ditadura Militar, a obra evidencia a repressão do governo que comprometia a liberdade de expressão já que, para sair na rua, era necessário vestir essa “máscara”.
Existe, ainda, uma ligação com a repressão da sociedade à mulher. Na época, os movimentos feministas estavam ganhando força em oposição ao histórico cultural de séculos de comportamento machista. Assim, os esparadrapos também podem representar protesto à submissão que era imposta ao sexo feminino.

Made In Brazil

Ainda no contexto de Ditadura Militar, o vídeo é produzido como forma de protesto à influência estrangeira no Brasil já que, na época, o país vivia uma grande abertura econômica para o capital externo. Assim, Letícia costura as palavras ‘’Made in”, típicas de objetos industriais que na época eram massivamente importados, em seu próprio corpo mudando o local para o Brasil.

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