segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Exposição "Atos de Fala" - Grupo 6 - Deus está no tempo quando não sabíamos que éramos felizes

Grupo (Ariel Menezes, Andressa Guerra, Gabriel Jácome, Raphaella Arrais)

Exposição feita sobre videos-ensaios e palestras intervenções "Atos da fala" apresenta a performance como uma nova "lente", ou seja, novo ponto de vista para a arte. Fala é agir e atuar, existe um ritual que agrega valor a fala e que trás instituições estabelecidas aproximando a relação entre locutor e interlocutor.
Fazendo uso de uma linguagem pautada no “fluxo de consciência” Enrique Diaz, apresenta a historia de Juan e Maria Cândida, casados há 55 anos e muitos países. As lembranças colocadas como imagens de retratos antigos provoca uma sensação de nostalgia no espectador que se transporta para as recordações gravadas num álbum inteligível do artista o qual resgata seu passado através de fragmentos de sua própria memória.
Sua filha, na banheira, com o som do mar representa o nascimento através do contato com a água que já se inicia no ventre materno. Depois numa poltrona assistindo a projeção de crianças numa banheira uma senhora se emociona evocando sentimentos de saudade após ser confrontada com uma prova do tempo vivido e dos frutos produzidos como se até ali ela tivesse habitado um constante presente sem ter reparado nas cenas passadas de sua própria vida.
A conversa sobre a presença de Deus em todas as coisas evoca a questão do choque de gerações apresentando as diferentes perspectivas sobre a questão da divindade e a presença ou não dela nos aspectos cotidianos, afinal de contas onde realmente está Deus?
As imagens da sua infância - com o irmão sempre presente - mostram o ponto de vista da escolha. A escolha do que ele queria ver enquanto criança e das coisas que ele queria guardar para depois rever ou lembrar.
Na busca da “terra sem males” o vídeo-ensaio finaliza – paradoxalmente - a narrativa do começo da família que foi formada em diversos países sempre visando o conhecimento (estudo) e o bem estar (terra sem males).
Num epílogo, projetado em sua cozinha, as cenas dos seus filhos com o som das vozes de uma reunião familiar que aborda lembranças da infância arremata o ritmo de poema que este vídeo possui. Enrique trazendo características do teatro contemporâneo que pratica faz o experimento do corte, o que provoca a sensação da desconexão, própria de recordações da nossa infância.

O vídeo ‘Até que você me esqueça’, de Denise Stutz, é uma homenagem que agrega várias formas de arte, há, ao longo do filme, dança, música e narrativa. Denise dança ao som de uma música com batidas pesadas e espaçadas entre si, que conferem um tom dramático, e que, em vários momentos, acabam se misturando com o som de sua própria voz. A narrativa que ela realiza é por vezes confusa: a voz fica baixa ou é mascarada pelos instrumentos. A mensagem, porém, é clara. Todas as palavras que proferem, de uma forma ou de outra, remetem à saudade e melancolia.
            Esses sentimentos são direcionados à mãe de Denise que sofre do Mal de Alzheimer, doença degenerativa que provoca o esquecimento. Esquecimento esse que é bem retratado na estética do vídeo. A imagem deste é esbranquiçada e fica mais clara em vários momentos, inclusive no final quando a imagem vai clareando até tornar a tela completamente branca.
            Há tradução desses sentimentos, também, na dança, que está longe de ser uma performance impressionante e não parece ter intenção de impressionar. Os movimentos são duros e tensos, retratando a dor que Denise sente devido à doença da mãe. Estes, ainda, várias vezes se dirigem ao céu como se ela indagasse a Deus ou à alguma outra entidade o porquê daquela situação.
  
O vídeo "Sortilégio" se passa em um quarto com espelhos pendurados na parede, e com diversas garrafas que continham água, e conforme ia passando o vídeo ela ia se molhando como uma espécie de ritual, e por ultimo ela se ajoelha e se banha com vinho. Lá na exposição a artista Milena Travassos conversou e explicou o seu vídeo, e com isso fez com que eu não concordasse muito com a arte, pois a artista foi atribuindo significado para o seu vídeo após ter sido realizado, ou seja, ela não o fez com alguma intenção ou com uma idéia, ela simplesmente fez e depois pensou o que aquilo poderia se tornar. Como por exemplo, os espelhos, ela não os colocou la com um propósito específico, mas depois que assistiu ao vídeo viu que pareciam uma Lua e por isso no final ela adicionou um poema de Walter Benjamin que fala sobre lua.

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