sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Louise Bourgeois - Grupo 4

Rejection2001.
(Rejeição - tecido, aço e chumbo.)

Essa obra tem muito do "eu" de Louise Bourgeois. O pai de Louise traiu sua mãe com sua babá. Louise se viu dividida entre o afeto que tinha por aquela mulher que cuidava dela, o amor e admiração da figura de referência que era seu pai e o sentimento de traição, não só à sua mãe, mas a ela mesma, que  não imaginaria que duas pessoas das quais tanto gostava pudessem viver uma situação de desrespeito a toda confiança nelas depositada. Ao mesmo tempo Louise se viu conturbada com a situação em que se encontrava sua mãe e toda falta de reação por parte dela. É nesse sentido que sua obra "Rejeição" se assemelha a ela, representa seu lado ferido, angustiado, amargurado. Aquelas duas pessoas não pensaram nas consequências de seu ato na vida de Louise e ela externou seu sofrimento, através de uma obra simples mas que, ainda que em diferentes escalas, não deixa de afetar todo seu observador.

Laura Barbosa




Red Room (Parents), 1994



labirinto
la.bi.rin.to
sm (gr labýrinthos) 1 Edifício com divisões tão complicadas que é dificílimo achar-lhe a saída. 2 Qualquer recinto, parque, jardim etc., com um emaranhado de passagens ou veredas. 3Disposição irregular e complicada. 4 Coisa complicada, grande embaraço, meada de difícil desenredo. 5 Enredo, confusão de linhas, enovelamento.

                                                                                            - Dicionário Michaelis Online


Entrar no quarto é entrar no labirinto. E se perder em meio à mente de outra. Parece a visita à cabeça de alguém que permitiu-se abrir. 
Olhar para a forma encaracolada, no salão escuro, e ver que dela sai uma misteriosa luz amarelo avermelhada.
O salão escuro é a mente de Louise. O ponto iluminado é a lembrança forte da família estranha, afastada, confusa. Focos de lembrança, de emoção, as marcas do passado que lhe tomam a cabeça. Ou as cabeças, as quais nos é permitida a entrada através do labirinto.E quase conseguimos saber o que acontece. Percebemos a resposta do que se passa dentro de Louise passar ao nosso lado como um sopro, mas sem sentir propriamente o que é. Sem compreender. 
Não é possível, para nós, sair do labirinto, porque nunca é possível entrar. Anda-se ao redor dele, se conhece sua forma, mas nunca o seu minotauro.Só Louise foi até o final do próprio labirinto. Só ela conheceu o minotauro. E não pôde mais sair.
Porque o minotauro devora quem o encontra.


Clara Leitão Abreu.

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