Rejection, 2001.
(Rejeição - tecido, aço e chumbo.)
Essa obra tem muito do "eu" de Louise Bourgeois. O pai de Louise traiu sua mãe com sua babá. Louise se viu dividida entre o afeto que tinha por aquela mulher que cuidava dela, o amor e admiração da figura de referência que era seu pai e o sentimento de traição, não só à sua mãe, mas a ela mesma, que não imaginaria que duas pessoas das quais tanto gostava pudessem viver uma situação de desrespeito a toda confiança nelas depositada. Ao mesmo tempo Louise se viu conturbada com a situação em que se encontrava sua mãe e toda falta de reação por parte dela. É nesse sentido que sua obra "Rejeição" se assemelha a ela, representa seu lado ferido, angustiado, amargurado. Aquelas duas pessoas não pensaram nas consequências de seu ato na vida de Louise e ela externou seu sofrimento, através de uma obra simples mas que, ainda que em diferentes escalas, não deixa de afetar todo seu observador.
labirinto
la.bi.rin.to
sm (gr labýrinthos) 1 Edifício com divisões tão complicadas que é dificílimo achar-lhe a saída. 2 Qualquer recinto, parque, jardim etc., com um emaranhado de passagens ou veredas. 3Disposição irregular e complicada. 4 Coisa complicada, grande embaraço, meada de difícil desenredo. 5 Enredo, confusão de linhas, enovelamento.
- Dicionário Michaelis Online
Entrar no quarto é entrar no labirinto. E se perder em meio à mente de outra. Parece a visita à cabeça de alguém que permitiu-se abrir.
Olhar para a forma encaracolada, no salão escuro, e ver que dela sai uma misteriosa luz amarelo avermelhada.
O salão escuro é a mente de Louise. O ponto iluminado é a lembrança forte da família estranha, afastada, confusa. Focos de lembrança, de emoção, as marcas do passado que lhe tomam a cabeça. Ou as cabeças, as quais nos é permitida a entrada através do labirinto.E quase conseguimos saber o que acontece. Percebemos a resposta do que se passa dentro de Louise passar ao nosso lado como um sopro, mas sem sentir propriamente o que é. Sem compreender.
Não é possível, para nós, sair do labirinto, porque nunca é possível entrar. Anda-se ao redor dele, se conhece sua forma, mas nunca o seu minotauro.Só Louise foi até o final do próprio labirinto. Só ela conheceu o minotauro. E não pôde mais sair.
Porque o minotauro devora quem o encontra.
Clara Leitão Abreu.
Entrar no quarto é entrar no labirinto. E se perder em meio à mente de outra. Parece a visita à cabeça de alguém que permitiu-se abrir.
Olhar para a forma encaracolada, no salão escuro, e ver que dela sai uma misteriosa luz amarelo avermelhada.
O salão escuro é a mente de Louise. O ponto iluminado é a lembrança forte da família estranha, afastada, confusa. Focos de lembrança, de emoção, as marcas do passado que lhe tomam a cabeça. Ou as cabeças, as quais nos é permitida a entrada através do labirinto.E quase conseguimos saber o que acontece. Percebemos a resposta do que se passa dentro de Louise passar ao nosso lado como um sopro, mas sem sentir propriamente o que é. Sem compreender.
Não é possível, para nós, sair do labirinto, porque nunca é possível entrar. Anda-se ao redor dele, se conhece sua forma, mas nunca o seu minotauro.Só Louise foi até o final do próprio labirinto. Só ela conheceu o minotauro. E não pôde mais sair.
Porque o minotauro devora quem o encontra.
Clara Leitão Abreu.
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