sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Louise Bourgeois - Grupo 2


    A obra "Casal IV "me intrigou, uma vez que com toda a sua simplicidade estética, conseguiu de modo invejável despertar a sensação em mim, como espectador de que havia, diante dos meus olhos, realmente um casal abraçado. Além disso, considero interessante o fato de que utilizando apenas os elementos mais básico do corpo humano ( tronco, braços e pernas), é possível relacionarmos incoscientemente a um corpo completo. O uso da bota no membro inferior me gerou certa intriga, visto que não sei se foi utilizado para ressaltar o membro ou se foi para incrementar a obra, de forma a reiterar a ideia de essa estrutura escura estar representando um corpo humano.
   Dessa maneira, a obra comprova definitivamente que a simplicidade utilizada de forma inteligente e objetiva vale mais que muitos detalhes, confusos e sem sentido.

Rafael Ricardo Meliande Soares







         A exposição "Louise Bourgeois – O retorno do desejo proibido", foi uma experiência impactante. Os desenhos, pinturas, esculturas e instalações, realizadas com diferentes materiais, tecem um diálogo com a psicanálise, as relações familiares, o corpo, a sexualidade e as inquietações do inconsciente da artista.
        A peça "Give or Take", de 2002, apesar de ser muito interessante, me desconforta. Duas mãos humanas ligadas a um único braço (uma em cada extremidade). De um lado a mão está aberta, como se estivesse a dar algo, a pedir, ou a chamar; a outra mão está fechada como se recebesse, pegasse, retivesse algo. Fica aquele dilema: "dar ou tomar?". Outra interpretação seria imaginar que a mão que se abre  espera por algo, mostrando dessa forma, vestígios de esperança; enquanto a que se fecha, ou não mais espera, ou tenta segurar entre os dedos o momento ou o gesto inesquecível.
       A escultura insere-se na estética do surrealismo. Parece ser a mistura do real e do imaginário, do consciente e do inconsciente: um ser que se resume em um braço cujas extremidades expressam a simultaneidade de dois gestos.

Fernanda Assis Carvalho







Spider - 1997



     


           Vê-se uma enorme aranha, envolvendo com suas patas uma espécie de grande jaula. No centro, uma cadeira. Vazia. Solitária. A obra reflete uma solidão aprisionada, que ao mesmo tempo é protegida por uma mãe-aranha. Teria essa mãe tecido este cárcere, ou estaria apenas o resguardando? O cadeira solitária expressa uma ausência, mas também uma presença de alguém, a quem o lugar está reservado. Vem a mente uma Louise só, protegida pela figura materna. Olha-se novamente e a lembrança da ausência do pai, que talvez devesse estar sentado ali também permeia o pensamento na busca pelas intenções da artista. Despertando, assim, um sentimento conflituoso de pressão e proteção simultaneamente.







   
       Um Arco, feito de corpo e de histeria. Essa perturbação da sensibilidade e do movimento acaba por revelar uma beleza incômoda, no esforço do corpo em se tornar forma. A suspensão deste corpo-forma é feita  de uma maneira sensível, colocando-o em uma situação de extrema fragilidade. Tem-se a impressão de instabilidade, de que se pode desloca-lo ao menor empurrão. A peça, ainda se encontra presa por uma corda ligada ao ventre do corpo retratado, e apesar de ser uma figura masculina, essa ligação acaba por remeter à uma união á figura materna, tal conexão pode ser vista representada em muitas das demais obras de Louise Bourgeois.


Mariana dos Santos de Andrade







   

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